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EJA: Um Novo Paradigma

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Pode-se destacar que é histórica a participação da sociedade civil brasileira nos temas mais complexos do país. Em muitos momentos o povo é chamado a atuar no exercício da cidadania para garantir alguns direitos constitucionais essenciais para o desenvolvimento da população, que em alguns episódios da história quebraram-se os preceitos da liberdade e da democracia. É com esse legado histórico que a sociedade civil organizada assume o papel de interventor para a elaboração de políticas públicas a serem implantadas no país.

            Dentre essas políticas está a luta dos movimentos populares por uma política educacional que contemplem em suas totalidades jovens, adultos e idosos que ficaram fora do processo por muitos séculos, fruto da falta de uma proposta séria de educação para as camadas populares existentes no Brasil. Para isso acontecer seria preciso um levante de toda comunidade escolar que é comprometida com a educação e com o desenvolvimento da sociedade.

            Os movimentos populares estão fazendo a sua parte quando procuram mobilizar e organizar a sociedade civil. Esse fenômeno está acontecendo em todo Brasil. Essa mobilização une o país na luta direta contra o estado que não operam de forma eficiente os seus programas de governo, e cria um contingente de expectadores que aguardam o cumprimento das promessas de campanha feitas por políticos.

            Como destaca Maria Nayde dos Santos Lima e Argentina Rosas (2006, p. 109):

(…) os movimentos populares como propulsores de uma “nova política” inseparável de uma “nova educação” que só tornará viável em larga escala quando a experiência cotidiana de cada comunidade ou de cada grupo social – em seu trabalho, em seu lazer, em sua relação com o meio ambiente e com outros – se transformar em fonte de participação e, portanto, de conhecimento.

            Não esperando as coisas “caírem do céu” os movimentos populares assumem o compromisso de direcionar as políticas emergências da sociedade, com isso ocupam os espaços de debates, oficinas, seminários, palestras, congressos e conferências. Nesses espaços onde o Brasil se encontra são trocadas experiências diversas onde cada estado explana os seus anseios e dificuldades de direcionar junto aos governantes as políticas voltadas para a educação, entre essas a educação de jovens, adultos e idosos.

            Destacam-se no Brasil dois movimentos de suma importância para o desenvolvimento da educação no país, um deles criado por Paulo Freire na década de 80. O MOVA: Movimento de Alfabetização, que reúne em um só lugar educadores e educandos (as) de todo Brasil para discutir os rumos da educação de jovens, adultos e idosos. Esse movimento ocorre de dois em dois anos, e tem um revezamento de estados que acolhem as delegações.

            Geralmente o encontro acontece em quatro dias, é um verdadeiro intercâmbio cultural com a qualidade dos debates entre os povos brasileiros que contribuem com os seus conhecimentos e experiências vivenciadas em cada estado. Os trabalhos são divididos em grupos onde os debates enriquecem o encontro que é acompanhado por um corpo de relatores, que na última parte do encontro levam as propostas tiradas dos grupos de trabalho para a plenária final, onde são apresentados alguns destaques separados por temas que foram discutidos nos grupos.

            Outro encontro de essencial importância para os movimentos populares é o ENEJAI: Encontro Nacional de Educação de Jovens, Adultos e Idosos, criado em 1999 e que tem o mesmo formato do MOVA, criado em 1989, mas com a participação do estado como organizador do encontro. A presença da sociedade civil nesses encontros mostra o quanto é importante à participação do popular que se preocupa com a educação daqueles que foram excluídos do processo educacional no país.

            Nas cidades de origem dos participantes do encontro há a ineficiência do estado em apresentar propostas que contemplem a demanda extensa de analfabetos e analfabetas, essa atitude por parte do estado força o movimento popular a se organizar em ações diretas dentro das comunidades, despertando nos indivíduos o interesse pela educação.

            As entidades da sociedade civil organizada de todo Brasil que trabalham na área de educação popular está organizado em um FORUM EJA, nacional conectados em rede.

            No Distrito Federal o movimento popular tem uma responsabilidade muito grande quando se falam dos rumos da educação; ocorre que o restante do país fica aguardando as decisões que são tomadas aqui, por essa razão existem projetos voltados para a educação de jovens, adultos e idosos em quase todas as Regiões Administrativas do Distrito Federal. São projetos coordenados por educadores e educadoras que têm compromisso com o desenvolvimento da população e das cidades.

            O CEPACS, Centro de Desenvolvimento Popular e Cultural de Sobradinho, que trabalha vários projetos voltados para as famílias de baixa renda, dando-lhes a oportunidade de participar de atividades culturais e de convivência, é um projeto coordenado por voluntários de diversas áreas de atuação.

            Em Ceilândia existe o CEPAFRE, Centro de Educação Paulo Freire, que atua com alfabetização, desenvolve várias atividades culturais na comunidade e também é coordenado por voluntários.

            O CEDEP, Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá, também atua com a educação popular e realiza várias atividades de inclusão social na comunidade. O CEDEP tem um histórico de luta pela fixação do Paranoá, e também atua com a educação popular e realiza ações e atividades de inclusão social na comunidade.

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