Quando chegou à Casa de Paulo Freire em 2005, Dona Rita levava contigo um vasto conhecimento de mundo e muitas histórias dos Sertões das Minas Gerais. Nos primeiros dias de aula, Dona Rita ficava quietinha no círculo de cultura quase não falava.
Quando chegou à Casa de Paulo Freire em 2005, Dona Rita levava contigo um vasto conhecimento de mundo e muitas histórias dos Sertões das Minas Gerais. Nos primeiros dias de aula, Dona Rita ficava quietinha no círculo de cultura quase não falava.
Ela pensou muitas vezes em desisti das aulas porque acreditava que o mundo do conhecimento não pertencia à ela. Eram tempos difíceis! Eu sempre conversa com ela nos términos das aulas e falava que os obstáculos da vida são para serem superados, e que o tempo é capaz de mudar muitas vidas e pedir para não desisti de seus sonhos. Dona Rita acreditou nas minhas palavras, e foi adiante, lembro me que ela tinha um problema na visão que logo foi corrigido com o uso de um óculos.
Era o que Dona Rita precisava enxergar o mundo melhor, enxergar os horizontes que o aguardavam, era uma aluna assídua, nunca faltava as aulas. Com o passar dos dias fui acompanhado a transformação de Dona Rita e descobri que ela tinha uma vontade muito grande de aprender…e Dona Rita foi adiante, aprendeu à ler e escrever, aprendeu interpretar e aprendeu também as quatro operações.
Alfabetizada Dona Rita foi matriculada na rede pública de ensino e nunca mais parou. Hoje passados 10 anos encontro Dona Rita em outro estágio, nem parece aquela pessoa que chegou à Casa de Paulo Freire, há 10 anos atrás, ela aos 55 anos concluiu o ensino médio, e faz planos: não paro mais de estudar de jeito nenhum, estudar é muito bom você é respeitado e as pessoas reconhecem o seu valor.
Dona Rita disse que está na dúvida se faz química ou fisioterapia, não importa o que ela vai fazer daqui pra frente, ela já é uma grande vencedora. Parabéns, Dona Rita!
Que a senhora sirva de exemplo para muitas pessoas que ainda não aderiram à escola e o mundo do conhecimento.
