Postagem

Sobre Paulo Freire

Compartilhe!

PAULO FREIRE, é um dos mais importantes educadores do século XX e um dos mais expressivos pensadores do nosso tempo. Nascido em 19 de setembro de 1921, é o criador de uma autêntica teoria do conhecimento e autor de cerca de 40 obras, traduzidas em mais de 20 idiomas.

A infância pobre, no Recife, nordeste brasileiro, foi o contato primeiro com uma realidade que se tornou cenário para sua inovadora prática educacional. Ainda menino, aprendeu a escrever á sombra das mangueiras, no quintal da casa, com os pais. Paulo Freire dedicou-se à causa das classes oprimidas, especialmente por meio da alfabetização, concebendo-a e aplicando como instrumento de conscientização e libertação.

Paulo Freire é um pensador e educador brasileiro. Ele viveu a sua vida, aqui no Brasil e em outros países do mundo, entre o começo dos anos 20 e o quase final dos anos 90 do século XX. Entre nós, poucas pessoas marcaram tanto as idéias e os ideais desses anos todos quanto esse homem que dedicou a sua vida e o seu trabalho á formação de crianças, de jovens e de adultos por meio da educação.

Durante boa parte dos anos dos governos militares no Brasil, os seus livros foram proibidos, as suas idéias foram consideradas perigosas e o seu próprio nome foi impedido de ser pronunciado em nossas escolas e universidades. No entanto, ao longo desse mesmo tempo sombrio, e depois dele, poucos brasileiros receberam tantas homenagens e tantos títulos aqui e fora do Brasil. Ao professor Paulo Freire foi concedido o título de Doutor Honoris Causa por quase quarenta universidades do Brasil e de outros países.

De Sul a Norte de nosso país, mais de três centenas de escolas públicas e particulares têm o seu nome. Seus livros seguem sendo re-editados, ano após ano, em português e em inúmeras outras línguas. Eis um exemplo. Um de seus últimos trabalhos tem este nome pedagogia da autonomia- saberes necessários á prática educativa.

O livro foi publicado em 1996. Em 2005, ele chegou á sua 31ª edição, com mais de seiscentos e cinquenta mil exemplares vendidos. Pensadores, filósofos, cientistas, artistas, lideres religiosos, educadores e militantes de movimentos sociais e populares conhecem, debatem e aplicam as idéias contidas nos seus trabalhos. As suas teorias, as reflexões e práxis até hoje estão presentes em debates que vão da educação até as questões ambientais e os problemas do destino da Terra e da Vida.

Dentro e fora de universidades de todo mundo, as suas propostas pedagogicas seguem sendo o fundamento do trabalho de inúmeros educadores e centros de educação. E são também temas de incontáveis artigos científicos, livros pedagógicos, teses e simpósios de estudos sobre a pessoa, a sociedade e a educação.

Contam-se ás centenas as dissertações acadêmicas, em várias línguas, sobre suas idéias e trabalhos. A bibliografia de estudos brasileiros e internacionais a respeito da “obra de Paulo Freire” é uma das mais amplas, dentre as que foram dedicadas a educadores do século XX. Existem vários centros e institutos “Paulo Freire” espalhados por vários países e comprometidos com o aprofundamento e a difusão de suas idéias e da educação popular.

E as propostas concretas de Paulo Freire para uma educação humanista libertadora seguem sendo a matéria-prima e o fundamento de trabalho pedagógico de inúmeros educadores e instituições pedagógicas. Paulo Freire sonhou, criou e colocou em prática uma verdadeira teoria da educação, propondo um trabalho que passa pela educação escolar formal, mas que vai bem além dela.

Algo que, em verdade, vale como um programa de uma plena e profunda formação humana, em que o sentido e o valor da própria educação foram muito alargados. Uma boa imagem dele seria a do homem que, olhando a escola vê a pessoa humana. Vendo a pessoa, vislumbra o seu mundo.

E, vendo o seu mundo social tal como ele é, imagina o melhor dos mundos para todas e todos nós. Tendo sido a vida interia um pensador da condição humana e do que a educação pode fazer para nos formar a libertar, ele pensou também uma nova ética, uma nova teoria do conhecimento a até mesmo uma nova estética, pois, em suas idéias, o saber, a virtude, a liberdade, a solidariedade, a beleza e a vocação humana ao amor e à felicidade constuíam momentos de um mesmo todo.

Sendo um pedagogo – um homem que pensa e pratica a educação -, ele foi também um original criador de idéias novas sobre a pessoa humana e o drama de sua existência em tempos tão contraditórios e difíceis. Sendo de um método de alfabetização, ele foi também o criador de uma nova e revolucionária pedagogia.

Como um teórico da educação, ele a levou até os seus mais inesperados limites e nunca deixou de associar pedagogia e política. e por que “política”? Porque ele sempre considerou que uma das tarefas da pessoa que educa é formar pessoas para que elas se reconheçam co-responsáveis na construção e na transformação de suas vidas, das vidas dos outros com quem convivem e das sociedades onde todos nós vivemos nossas vidas e escrevemos com as próprias mãos os nossos destinos.

Paulo Freire concebeu uma educação que, da criança ao adulto, desenvolvesse na pessoa que aprende algo mais do que apenas algumas habilidades instrumentais, como saber ler e escrever palavras, ao lado de algumas habilidades funcionais dirigidas ao simples exercício do trabalho, como o saber usar as palavras aprendidas para ser um pedreiro, um contador, um advogado ou um professor.

Ao imaginar uma educação libertadora, como ele a batizou, pensou em um trabalho pedagógico com um profundo e largo sentido humano. Um ofício de ensinar-e-aprender destinado a desenvolver em cada educando em cada educando uma mente reflexiva, uma amorosa sensibilidade, um crítico senso ético e uma criativa vontade de presença e participação da pessoa educada na transformação de seu mundo.

Quem foi esse homem, cujo nome completo é Paulo Reglus Neves Freire? Onde nasceu e como viveu os anos da infância e da juventude? Como ele foi educado e se formou? escreveu, para tornar-se um nome de referência entre as pessoas mais inovadoras e essenciais de nossos tempos?

“Não sou apenas objeto da História

mas seu sujeito igualmente. No

mundo da História, da cultura,

da política, constato não para me

adaptar mas para mudar”

Paulo Freire.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *